Lista mostra os melhores e piores momentos do Rock in Rio 2013
Bruce Springsteen fez melhor show do festival, enquanto Ghost o pior.
Beyoncé foi musa e John Mayer foi o galã em evento sem artista vaiado.
Com mais metal na programação e sem vaias na plateia, o Rock in Rio
reuniu, em sete dias, fórmulas consagradas na edição de 2011, como
tributos para nomes importantes e atrações de peso (às vezes, nos dois
sentidos) com grandes fã-clubes para fechar cada noite. Mas foi
Bruce Springsteen, em sua estreia no Rio, quem fez o melhor show, cheio de interação.
Diferentemente dos anos anteriores, a edição de 2013 não teve nenhum
artista
achincalhado. Houve disputa de coros e alguma rivalidade, mas nenhuma
banda saiu perdendo do festival. Até o pior show do evento, a "missa
satânica" do Ghost, foi recebida com educação. Em vez de berrar contra o
Ghost, a plateia preferiu gritar a favor do Metallica.
Bruce Springsteen fez um show sensacional. Em duas horas e quarenta minutos, o
cantor americano
tocou todas as músicas do disco "Born in the USA" e fez a tradicional
interação com fãs. Abriu com cover de Raul Seixas e fechou com a
promessa de que vai retornar "logo", após sua estreia no Rio.
Se o objetivo do Ghost é mesmo meter medo, o show (ou "missa satânica")
não saiu como planejado. O sexteto sueco foi recebido com frieza. Em
músicas com mais apelo pop, como "Ritual", a banda foi provocada.
"Anitta", zombou um metaleiro. A maioria clamou por Metallica. Disperso,
o público tomava cerveja, conversava gritando e aplaudia por educação.
Mesmo concorrendo com Justin Timberlake e Bon Jovi, quem balançou corações e
deixou mulheres à beira de um ataque na plateia foi
John Mayer.
Com suas tatuagens e um lenço na cabeça, o cantor foi saudado como
"lindo", "perfeito" e "muso". A histeria foi disparada assim que começou
seus
lascivos solos de guitarra, no penúltimo show do Palco Mundo no sábado (21).
Rainha do gingado, Beyoncé abriu o
festival
no dia 13 de setembro e deixou o público alucinado por sua beleza e
simpatia. Com uma superprodução pop, ela também surpreendeu a plateia ao
finalizar seu show dançando um trecho do funk "Lek lek". Sair do padrão
para encarnar uma funkeira foi um presente aos cariocas.
Público se empolga com Offspring (Foto: Fernando
Souza/Agência O Dia/Estadão Conteúdo)
Atrações de peso que poderiam estar no Palco Mundo
fizeram shows concorridos no Sunset.
Offspring, Helloween e Rob Zombie mostraram que o palco dedicado a
misturas e parcerias talvez devesse servir só para este propósito. Pegou
mal a falta de espaço para curtir esses shows e a falha no som em
alguns momentos. Em outras vezes, o som do Palco Mundo atrapalhou o do
Sunset. Seria bom repensar a função (e tamanho) do palco.
O Muse tem um tipo de som que parece incompatível com uma história de
sucesso nas proporções que atingiu. A entrada do trio inglês como
atração principal no Rock in Rio surpreendeu. Mas o show mostrou que
Medina e sua turma estavam certos. A banda convenceu com uma espécie de
"progressivo para as massas".
A Promotoria de Tutela Coletiva de Defesa do Consumidor do Ministério Público do
Rio de Janeiro
entrou com uma liminar pedindo a suspensão do Rock in Rio após uma
vistoria na Cidade do Rock. Durante o primeiro fim de semana do
festival, o órgão considerou que havia poucos médicos para atender o
público. Além disso, o laudo mostrou que havia obstrução nas áreas de
escape, em caso de emergência. O Corpo de Bombeiros o TJ-RJ liberou a
realização dos quatro últimos dias do evento.
A Vigilância Sanitária autuou a organização do festival por 159 kg de
alimentos impróprios para o consumo; 60 litros de bebida láctea foram
inutilizados; e estabelecimentos autuados por falta de higiene.
Separar dois dias do festival e dedicá-los ao metal e seus derivados
foi uma sábia escolha. Iron Maiden e Metallica fecharam as noites dos
camisas pretas. Os dedicados metaleiros mostraram mais empenho do que
fãs de outros estilos. O Palco Sunset ficou lotado já no começo da tarde
apenas nos dias do metal.
Após ter passado longe de ser unanimidade no Rock in Rio 2001, quando
era da boy band N'Sync, Justin Timberlake mostrou ser um popstar
completo na noite de domingo (15). A prova foi o delírio que o hit
"SexyBack", causou na plateia do festival. Afinado, com banda mais do
que competente, mostrou ao menos um grande hit e muitos passos de dança.
Derrick Green, vocalista do Sepultura, foi o único a se apresentar em três palcos diferentes do festival.
Sepultura e Tambours du Bronx abriram o dia 19 no Palco Mundo. Depois,
tocou com Zé Ramalho no último show do Sunset. Na mesma noite,
tocou com seu duo de "funk robótico" na tenda eletrônica. O troféu arroz de festa é dele.
Nos tributos a Cazuza (
no Palco Mundo, na abertura do festival) e Raul Seixas (
no Palco Sunset, no segundo dia),
o que não faltou foi discurso ligando o homenageado às manifestações
pelo Brasil. "Se ele estivesse vivo, estaria nos protestos". A frase foi
dita nos dois tributos. Os dois falecidos roqueiros viraram
manifestantes in memorian.
O Metallica variou o repertório em relação ao Rock in Rio 2011, mesmo
sem disco de inéditas. "Nothing else matters", "Sad but true", "Master
of puppets", "Seek and destroy" e "Nothing else matters" foram
certamente alguns dos hits do set. Porém, os riffs de guitarra de "Enter
sandman" causaram pandemônio no público de sexta-feira (20).
Rosana Guedes foi a fã escolhida por Bon Jovi para subir ao Palco Mundo
na sexta-feira (20). Subgerente de uma loja em Campinas (SP), Rosana,
de 40 anos, beijou Bon Jovi na música "Who says we can go home". Ela
contou que saiu de sua cidade às 22h de sexta e chegou à Cidade do Rock
às 5h só para tentar a sorte de conhecer o cantor.
Fonte: http://g1.globo.com/musica/rock-in-rio/2013/noticia/2013/09/lista-mostra-os-melhores-e-piores-momentos-do-rock-rio-2013.html